Altas ametropias

Uma das funções fundamentais do olho é a de propiciar a formação de imagens sobre a retina. Há, para isso, um sistema óptico conjugado, não muito complexo, mas de alta eficiência e que pode ser sintetizado como composto por duas lentes básicas: a córnea e o cristalino, além de um diafragma que controla a entrada da luz (a íris, com o orifício pupilar em seu centro).

Costuma-se fazer uma analogia entre o olho e uma câmara fotográfica comum: a esclera, a camada envoltória do olho, forma a câmara propriamente dita; a retina é o filme sobre o qual deve ser focalizada a imagem do objeto a ser fotografado (visto); a íris (para o olho) é o diafragma com o qual se controla a abertura (na câmara fotográfica). As inadequações nesse sistema óptico são chamadas ametropias (do grego, o prefixo a, negação), isto é: “com falta de (boa) medida do olho”. As principais são a miopia (dificuldade para visão de longe), hipermetropia (dificuldade para visão de perto) e astigmatismo (visão distorcida/desfocada).


As ametropias são corrigidas pelo uso de lentes convergentes, divergentes ou cilíndricas para que a imagem seja focalizada adequadamente no plano da retina.

O Teste do Reflexo Vermelho, também conhecido como Teste do Olhinho, se mostra alterado nas altas ametropias (hipermetropia maior que +5 dioptrias, miopia maior que –6 dioptrias e astigmatismo maior que + 5 dioptrias), apresentando uma assimetria dos reflexos pupilares. As ametropias estão diretamente relacionadas à necessidade de correção óptica.

No Brasil, o número de crianças que necessita de óculos é relativamente pequeno, cerca de 6%, mas aumenta com a idade: 26% dos jovens e 50% dos adultos precisam de auxílio óptico. O diagnóstico precoce das ametropias é um princípio básico de incremento na qualidade de vida, pois uma melhor capacidade visual permite o desenvolvimento de potencialidades, a melhora no rendimento escolar e a participação plena na sociedade.

 

Texto escrito por:
Cibele Aguiar (integrante do PET-Medicina/UFC)